ROSANA HESSEL
Após marcar um anúncio sobre novas medidas para o Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (14/5) pela manhã, para a parte da tarde, às 15h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolveu transferir para quarta-feira (15/5), quando ele visitará novamente o estado sulista. A ideia é anunciar, primeiro, para os representantes dos demais Poderes ainda hoje e, depois, fazer o anúncio oficial, amanhã, em solo gaúcho.
De acordo com o Palácio do Planalto, os anúncios do presidente que estavam marcados para hoje passaram para amanhã “porque ele vai convidar os demais Poderes da República para participarem também”. O Planalto não ainda confirmou se todos os convites foram realizados e aceitos.
Fontes próximas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, informaram que o parlamentar ainda não foi oficialmente convidado, mas ele deverá acompanhar o petista até Porto Alegre para o anúncio do novo pacote para o RS. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda não recebeu o convite oficial do Planalto.
“Me parece uma tentativa de mostrar que não há divisões partidárias quando o assunto é a reconstrução do estado. Ou seja, como todos os poderes vão ter que colaborar para achar soluções efetivas, o correto é fazer o anúncio em conjunto”, destacou o cientista político Felipe Nunes, diretor e fundador da Quaest, consultoria de inteligência de dados.
Na videoconferência com o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), ontem, após o anúncio da suspensão da dívida dos gaúchos com a União por 36 meses, e na abertura da reunião ministerial que ocorreu em seguida, Lula disse aos presentes que pretendia anunciar um pacote de medidas para as pessoas físicas atingidas pelas enchentes no estado gaúcho na quarta-feira, mas apresentar as ações ainda hoje para o governador gaúcho.
Uma das iniciativas em estudo para o pacote é um auxílio de R$ 5 mil para 100 mil famílias, que daria uns R$ 500 milhões em uma única parcela. Essa quantia é considerada “pequena” se comparada com o impacto fiscal de R$ 12 bilhões das medidas anunciadas até agora, segundo uma fonte da equipe econômica. Em 2020, o auxílio emergencial concedido às famílias mais pobres durante a pandemia da covid 19, somaram R$ 291 bilhões de benefícios financiados com o endividamento público.
É possível que ocorra também, amanhã, em Porto Alegre, o anúncio de uma autoridade federal para cuidar da crise no Rio Grande do Sul. Em entrevista à GloboNews, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que o governo vai criar autoridade federal até o fim da calamidade no Sul do país.
Conforme dados da Pesquisa Genial/Quaest sobre as próximas eleições gerais, divulgada na madrugada de ontem, 59% dos eleitores do Sul acham que Lula não merece ser reeleito e apenas 39% acham que ele merece uma nova chance de ser presidente em 2026. Esse percentual está bem abaixo da média nacional, de 42% dos entrevistados que acham que o atual presidente merece ser reeleito. Para a maioria dos eleitores (55%), Lula não merece ser reeleito.