Ludhmila1 Crédito: Reprodução. Cardiologista

Ludhmila Hajjar: “O Brasil precisa urgente de leitos de UTI e vacinação em massa”

Publicado em Economia

A cardiologista Ludhmila Hajjar afirmou, em entrevista à CNN, que o Brasil precisar, urgentemente, de leitos de UTIs e vacinação em massa para salvar vidas. Essas, segundo ela, seriam as duas primeiras medidas que tomaria caso assumisse o comando do Ministério da Saúde. Ela recusou o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro.

 

Segundo a médica, nas conversas que teve com Bolsonaro, viu a preocupação dele com a situação do país, mas, também, percebeu uma posição contrária aos lockdowns e a favor do tratamento precoce, com uso de cloroquina, contra à covid-19. Ludhmila ressaltou que não acredita no tratamento precoce e, se fosse ministra, enterraria esse discurso. Afirmou, ainda, que medidas restritivas de circulação de pessoas são vitais neste momento, em que o Brasil bate recorde diário de mortes.

 

“O presidente tem as posições dele, vou respeitar. Mas a minha participação no Ministério da Saúde seria técnica, científica”, frisou. A médica disse que é preciso haver uma união nacional em favor da vida. Segundo ela, as pessoas precisam entender a gravidade do momento, e os lockdowns anunciados por prefeitos e governadores são necessários. Não um lockdown nacional, mas conforme a necessidade.

 

Para Ludhmila, essa união passa pelas sociedades médicas, uma vez que pessoas estão morrendo por falta de tratamento correto. “É preciso fazer um amplo treinamento de recursos humanos, porque intubações não estão sendo feitas de forma correta, porque os protocolos de tratamento não são os mais adequados”, disse.

 

Sobre a vacinação em massa, a cardiologista assinalou que é preciso a compra rápida de imunizantes e a adoção de um programa eficiente de proteção da população. Além disso, ela recomenda a busca por medicamentos que estão em testes pelo mundo e que já mostraram resultados, em alguns casos, reduzindo em 85% o risco de mortes.

 

“O enfrentamento é de toda a sociedade, não de um governo específico. Vamos vencer a guerra conta a covid-19 se falarmos a mesma linguagem. É a ciência que vai tirar o país da pandemia. É a ciência que vai trazer de volta o pão com manteiga às mesas das pessoas”, frisou.

 

No entender dela, a situação é muito grave. E, por mais que se reclame de medidas como lockdows, elas são importantes para salvar vidas, liberam leitos de UTIs. “Sim, são medidas duras, tem gente morrendo de fome. Mas, diante da gravidade da situação, os lockdowns são muito necessários”, assinalou.

 

Brasília,  13h09min