Motoristas estão sendo surpreendidos com a mudança repentina nos preços da gasolina nesta quinta-feira, 13 de fevereiro. Em vários postos, os preços nas bombas subiram até R$ 0,40, encostado nos R$ 4,60 o litro.
“Levei um susto quando cheguei ao posto. Pela manhã, o litro estava sendo vendido a R$ 4,17. Horas depois, passei para abastecer e o valor já tinha passado para R$ 4,57”, diz Alexandre Ribeiro, 37 anos, motorista de aplicativos.
Para ele, nada justifica esse aumento repentino. “É inaceitável. Não ouvi nada que justificasse tamanho reajuste”, afirma. Segundo ele, no último fim de semana, os postos tinham dado um forte alívio para os motoristas. “Mas a alegria durou pouco”, frisa.
Segundo gerente de postos, a ordem para o aumento de preços chegou ao longo da manhã. Por isso, motoristas presenciaram, em vários postos, a troca de preços nos painéis instalados nas entradas dos estabelecimentos. “Só cumprimos ordens”, relata um dos gerentes.
Petróleo e dólar
A Petrobras, que está sob controle cerrado do governo, não anunciou nenhum reajuste de preços nas refinarias. O petróleo no exterior está em queda, devido ao impacto do coronavírus na economia mundial. Somente a disparada do dólar justificaria uma alta da gasolina nas bombas.
Na opinião da contadora Sandra Albuquerque, 50, a política de preços dos combustíveis é muito confusa, o que facilita a vida das distribuidoras e dos postos. “Eles se sentem livres para fazer o que quiserem com os consumidores”, diz.
Ela também chama a atenção para a confusão em torno dos preços dos combustíveis criada pelo presidente Jair Bolsonaro. “Ele fica dizendo que os preços são altos por causa dos impostos, pede para os governadores reduzirem o ICMS, mas não abre mão dos impostos federais. É muita demagogia”, assinala.
A perspectiva, se acordo com gerentes de postos, é de que a gasolina continue cara nos próximos dias. “Não temos orientação nenhuma para mudar os preços nas bombas para baixo no fim de semana, por exemplo”, afirma outro gerente.
Brasília, 12h10min