As denúncias incluem ao menos cinco ministros de Michel Temer, que é citado nas delações, mas não pode ser investigado, como prevê a Constituição, por fatos estranhos ao mandato. São eles: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Gilberto Kassab (Comunicações), Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Bruno Araujo (Cidades).
Segundo assessores de Temer, também fazem parte das denúncias o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Entre os senadores, estão Renan Calheiros, Romero Jucá, José Serra, Aécio Neves e Edison Lobão.
Janot incluiu ainda nas denúncias com base em delações da Odebrecht os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e os dois ministros da Fazenda dos governos petistas: Antonio Palocci, que está preso, e Guido Mantega. Esses, por não terem foro privilegiado, serão tratados na primeira instância.
Diante dessa lista que começa a vazar, o clima é de comoção em Brasília. No Palácio do Planalto, o presidente Temer está pedindo serenidade, para que o governo não seja tragado pelas denúncias. Já havia a expectativa de que pelo menos Padilha e Moreira estivessem na lista de Janot. Mas a orientação é esperar pelo desenrolar dos fatos.
Oficialmente, os nomes dos denunciados pela PGR serão conhecidos no momento em que o ministro Edson Fachin, do STF, retirar o sigilo das delações da Odebrecht, o que deve ocorrer nos próximos três dias. Ele é o relator da Lava-Jato na Suprema Corte.
Os políticos citados estão contando com a morosidade do STF para empurrar ao máximo a abertura de inquéritos. Na primeira lista de Janot, com 28 denúncias envolvendo 49 deputados e senadores, pouquíssimos processos de investigação foram abertos.
Os políticos temem, porém, que o quadro comece a pegar fogo em 2018, ano eleitoral. Muitos poderão ser limados da disputa por cargos públicos.
Brasília, 19h20min