LEVY PERDEU A BATALHA E META FISCAL DEVE SER REDUZIDA

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Para não ser apontado como derrotado na queda de braço com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na definição da meta fiscal deste ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se antecipou aos fatos. De surpresa, apareceu na sala de imprensa dos jornalistas que cobrem a Fazenda com um discurso matreiro. Disse que ainda não foi definido se o superavit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será mantido ou reduzido. Mas sinalizou que tudo caminha para a diminuição, como vinha pregando Barbosa.

Para não assumir que foi derrotado, Levy apresentou o discurso de que há espaço para um novo corte de gastos no Orçamento deste ano “com vigor e realismo”. O ministro não detalhou, porém, qual será o valor, mas especula-se que ficará entre R$ 8 bilhoes e R$ 20 bilhões. Será uma força de compensar a redução da meta. “Temos de aguardar amanhã. Não vou me precipitar sobre um assunto, que é adequadamente conduzido”, frisou.

Foi ao traçar um cenário difícil para a economia que Levy indicou a mudança da meta fiscal: “Estou indicando a mudança de cenário, uma mudança significativa, e temos de responder com vigor e mais realismo”. Ao ser questionado sobre a reação dos investidores em relação à redução do superavit para algo entre 0,6% e 0,8% do PIB, como defende Barbosa e a ala política do governo, o ministro afirmou: “Depende do que se faz, qual é a estratégia. A situação fácil não é. Alguém está achando fácil? A gente diz que é fácil?”, afirmou.

Segundo Levy, o governo conduzirá os esclarecimentos sobre o quadro fiscal de forma bem transparente e mostrará o porquê de as receitas terem caído. Destacou ainda que, amanhã, durante a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, o governo traçará um mapa da estratégia e que o recado principal é o de que continuará “tendo uma estratégia fiscal que responde às circunstâncias e garantem nossos objetivos”. 

Brasília, 17h30min

Vicente Nunes