Junta Comercial de Brasília pode parar depois do Carnaval

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ANNA RUSSI E LETÍCIA COTTA

Os empresários que precisarem de serviços da Junta Comercial do Distrito Federal podem se preparar para uma grande dor de cabeça. O risco é grande de o órgão suspender boa parte de suas atividades depois do feriado de carnaval. A razão é simples: falta de pessoal.

Além da escassez de servidores cedidos pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), a Junta Comercial deixará de contar com os funcionários terceirizados que têm papel importantíssimo na execução dos trabalhos. Os 27 terceirizados que ainda estão em atividade vão se desligar nesta sexta-feira, 9, quando termina o aviso-prévio deles.

A Junta não conseguiu renovar a tempo o contrato com a empresa de terceirizados. O processo de contratação de mão de obra começou em janeiro e ainda não foi concluído, estando sujeito a todo tipo de contestação. Por isso, a apreensão daqueles que precisam recorrer ao órgão responsável pelo registro e pelo fechamento de empresas.

Esvaziamento

Segundo Adriano Marrocos, presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal (CRC-DF), os serviços prestados pela Junta Comercial já estão ruins e vão piorar se nada for feito para reverter, imediatamente, o esvaziamento do órgão. Ele conta que há muitas reclamações em relação aos atrasos na solução de problemas.

“Veremos atrasos nos registros das empresas, no andamento dos negócios e no encerramento das atividades. Empresas que precisarão registrar seus CNPJs não conseguirão. Aquelas que estão em processo de troca ou de entrada sócios ou mesmo mudando de endereço ficarão travadas. Será ainda mais difícil fechar uma firma”, fiz Marrocos.

Ele conta que o esvaziamento da Junta Comercial do DF vem sendo alardeado há tempos pelo presidente do órgão, Antonio Eustáquio, mas nada foi feito. Em suas queixas, Eustáquio ressalta que a Junta, para voltar a funcionar a contento, precisaria de, no mínimo, mais 40 a 50 servidores, além de reforço no quadro de terceirizados.

O presidente do CRC-DF destaca, ainda, que, mesmo com vários serviços oferecidos pela Junta Comercial sendo feitos por meio da internet, a escassez de pessoal atrapalha o processo, pois é preciso especialistas para analisarem a documentação. “Portanto, tudo fica travado sem gente”, frisa.

Brasília,

Vicente Nunes