A avaliação de Jungmann é de que não pode ter problemas com a PF, e Segovia se tornou um estorvo. Nos três meses em que ficou à frente da Polícia Federal, Segóvia conseguiu arrumar problemas com todo mundo. Brigou com a corporação, envolveu o presidente Michel Temer em uma enrascada, foi enquadrado pelo ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federa (STF), e levou um cala-boca de Raquel Dodge, procuradora-geral da República.
Para Jungmann, num momento tão delicado, como o da intervenção federal no Rio de Janeiro, é preciso ter um Polícia Federal unida, empenhada em executar fielmente a sua tarefa, e não cheia de focos de rebelião, como se observou nos últimos tempos. O ministro da Segurança acredita que Galloro terá total autoridade para unir a PF e pôr fim ao enfrentamento com o Palácio do Planalto.
Desde que Segovia assumiu a PF criou-se a visão de que ele estava no cargo apenas para proteger o presidente Michel Temer, que está sendo investigado por suspeitas de ter beneficiado a empresa Rodrimar por meio de um decreto que alterou regras no sistema portuário. Recentemente, em entrevista à Reuters, Segovia disse que tudo levava a crer que o processo de Temer seria arquivado por falta de provas. Tais declarações provocaram a ira de Barroso e de Raquel Dodge.
Jungmann acredita que, com a saída de Segovia da PF, apaziguará os ânimos dos policiais. Espera-se uma condução mais técnica da corporação. “Infelizmente, Segovia politizou demais da Polícia Federal. E isso não é bom. Ainda bem que o governo acordou logo. Segovia já estava na mira do STF e da PGR. Não tinha como continuar no cargo”, diz um ministro próximo de Temer.
Brasília, 17h35min