Jungmann e Padilha divergem sobre reforma da previdência de militares

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ANTONIO TEMÓTEO

O governo já começa a rachar em relação à reforma da Previdência Social, antes mesmo de o projeto ficar pronto. Os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, estão se debatendo em relação à proposta de unificação dos sistemas previdenciários de trabalhadores da iniciativa privada, servidores e militares. Para Jungmann, mexer na Previdência dos militares será um problema.

O ministro da Defesa diz que, particularmente, é contra a unificação dos sistemas. “Entendo que, no setor público, temos duas carreiras, dos servidores civis e militares. Mas é importante lembrar que a carreira militar obriga a uma série de renúncias em termos de direitos que o servidor civil tem”, diz.

Para Padilha, não pode haver distinção. Já que o governo terá que enfrentar a batalha da reforma, é preciso que todos deem sua cota de sacrifício e abram mão de privilégios. O ministro reconhece, porém, que não será fácil vencer as corporações. Os militares têm um forte lobby e vão jogar pesado para manter tudo como está.

Jungmann diz que as discussões ainda são preliminares. Portanto, será possível chegar a um projeto de consenso. Ele faz questão de dizer que acatará o que for decidido, mas que manterá a posição contra a unificação dos sistemas. “Acho justo (um tratamento diferenciado para os militares”, frisa.

Brasília, 19h45min

Vicente Nunes