JBS e BRF Foods produzem carne podre com dinheiro público

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A Operação Carne Fraca, deflagrada hoje pela Polícia Federal, explicita o total desrespeito dos frigoríficos JBS, dono da Friboi e da Seara, e BRF Foods, proprietária das marcas Sadia e Perdigão. As empresas, gigantes do setor, com mais de 60% do mercado de carnes no país, vendem produtos podres, vencidos, moídos com papelão.

JBS e BRF Foods não têm o menor compromisso com a população. O pior é saber que boa parte dos negócios dessas empresas foi financiada com recursos públicos, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ou seja, dinheiro do Tesouro foi usado para enganar os consumidores.

Todo esse esquema teve a complacência de fiscais agropecuários, que estão em plena campanha na tevê para defender a carreira, pregando o quanto ela é importante para o país. Para o país? Na verdade, os fiscais  são importante, mesmo, para as empresas, por encobrirem irregularidades. Estamos falando de saúde pública, e os fiscais só preocupados em engordar a conta bancária.

Fiscalização falha

De nada adiantará a ação da Polícia Federal se órgãos fiscalizadores como os ministérios da Agricultura e da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não fizerem nada. Vai haver uma intervenção séria nas empresas para averiguar as reais condições de produção? É difícil acreditar nisso.

Daqui a pouco, virá o discurso oficial de que é preciso cuidado, que os fatos são isolados, que é preciso preservar a JBS e a BRF Foods, porque são grandes exportadoras. Com certeza, veremos uma reação muito mais forte do exterior, dos países que consomem produtos desses frigoríficos, do que aqui.

Tudo está errado no Brasil. É carne podre sendo vendida como a melhor do país, com campanhas milionárias na tevê, em jornais e em revistas. É carne moída com papelão. É leite ofertado com soda cáustica. Enfim, a saúde pública que se lixe. O importante, mesmo, é dar lucro.

A lista de envolvidos na Operação Carne Fraca é enorme. Inclui, inclusive, redes de fast food, como o Subway.  Está tudo disseminado. Não por acaso, estamos diante da maior operação da história da Polícia Federal.

Estão sendo cumpridos 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso.

Brasília, 09h04min

Vicente Nunes