AndreBrandaoPosse Foto: Alan Santos/PR - Presidente da República

“Já vai tarde”, dizem assessores de Bolsonaro sobre presidente do Banco do Brasil

Publicado em Economia

Agora que o desejo do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, de deixar o cargo se tornou público, assessores do presidente Jair Bolsonaro dizem em côro: “Já vai tarde”.

 

A ideia do Palácio do Planalto era “cozinhá-lo” um pouco mais no cargo, até que baixasse a poeira em torno da demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras. “Mas, como Brandão antecipou o processo, que saia logo”, diz um dos assessores.

 

Os integrantes do Planalto ressaltam, ainda, que “Bolsonaro nunca gostou muito de Brandão”. Na verdade, o presidente fez uma concessão ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e, sobretudo, ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que havia indicado o executivo para o BB.

 

Bolsonaro e Brandão: sem afinidades

 

No que dependesse de Bolsonaro, Brandão já teria sido demitido em janeiro, quando o presidente da República se mostrou contrariado com os planos de demissão voluntária (PDVs) e com o programa de fechamento de 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências, do Banco do Brasil. O projeto de reestruturação causou desgastes políticos ao governo.

 

“Brandão só ficou no cargo devido aos apelos de Guedes e de Campos Neto”, ressalta outro assessor de Bolsonaro. “Os mais atentos perceberam que, depois daquele episódio, o presidente da República nunca fez nenhum gesto para fortalecer Brandão. Ou seja, não há afinidades entre eles”, acrescenta.

 

Essa falta de apoio público de Bolsonaro sempre incomodou Brandão. A amigos, o executivo diz que se sente desprestigiado e sem apoio. Não por acaso, o clima no Banco do Brasil nunca mais foi o mesmo depois das ameaças de Bolsonaro.

 

Agora, o Planalto corre para definir o substituto de Brandão ainda na segunda-feira (1 de março), se possível. Nomes não faltam: Paulo Henrique Costa, atual presidente do Banco de Brasília (BRB); Antônio Barreto, secretário-executivo do Ministério da Cidadania; Gustavo Montezano, presidente do BNDES e amigo dos filhos de Bolsonaro; e Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo do BB.

 

A briga pelo comando do Banco do Brasil é grande. Brasília está em polvorosa com o assunto.

 

Brasília, 15h20min