A forte deterioração da economia, provocada pela crise política, levou o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, a reduzir de 1,5% para 0,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Se confirmado, será um desastre para o presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição.
As revisões dos indicadores para pior, segundo o Itaú Unibanco, foram feitas mesmo com o avanço da vacinação, que permitirá a volta à normalidade econômica ainda neste ano. “O principal risco a considerar é o surgimento de variantes do vírus que afetem a eficácia das vacinas aqui aplicadas”, ressalta a instituição.
Vai pesar para o crescimento menor da economia o aumento da taxa básica de juros (Selic). O Itaú Unibanco prevê que o Banco Central promova mais três aumentos de 1 ponto percentual na Selic neste ano e mais um último, de 0,75 ponto, chegando a 9% anuais em 2022. Hoje, a a taxa básica está em 5,25% ao ano.
“Além disso, acreditamos que a política fiscal será contracionista, mesmo levando em conta o novo programa de transferência de renda, pois o gasto público primário total deve recuar para nível próximo ao observado em 2019 em termos reais”, destaca a instituição.
E acrescenta: “Vemos desaceleração do setor industrial global e queda de preços de commodities ano que vem. Por último, a atividade econômica não se beneficiará mais do impulso advindo da reabertura do
setor de serviços, algo que, na nossa visão, ficará restrito ao segundo semestre deste ano”.
O Itaú Unibanco é mais uma instituição a engrossar o coro daquelas que estimam crescimento econômico abaixo de 1% em 2022. O JP Morgan estima avanço de 0,9%. A MB Associados fala em incremento do PIB de apenas 0,4%. Já o Banco Haitong projeta 1% e o Banco Safra, 1,1%.
Brasília, 16h25min