Itaú Unibanco eleva projeção do PIB de 2023 de 1,4% para 2,3%

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ROSANA HESSEL

O crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, acima do esperado pelo mercado, fez muitos analistas revisarem as previsões para o PIB deste ano. O Itaú Unibanco, nesta terça-feira (13/6), elevou de 1,4% para 2,3% a projeção de expansão do PIB deste ano e passou a figurar entre os mais otimistas do mercado.

A justificativa do relatório da equipe liderada pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, elencou como motivos da revisão o crescimento acima do esperado do PIB do primeiro trimestre do ano e a expectativa de que, “a despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres”. O banco também elevou a expectativa de avanço do PIB de 2024, de 1,0% para 1,5%, e ainda reduziu de 9% para 8% a previsão da taxa de desemprego deste ano e manteve esse mesmo percentual para 2024, diante da resiliência do mercado de trabalho.

O Itaú Unibanco também revisou a projeção para a inflação oficial deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,8% para 5,3%, incorporando a queda dos preços dos combustíveis, principalmente. Para 2024, reduziu de 4,5% para 4,4%, a previsão do indicador para 2024.

“Esperamos que a redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação permitirão que o Comitê de Política Monetária (Copom) antecipe o ciclo de flexibilização em setembro, com corte de 0,25 ponto percentual nos juros básicos “, informou o relatório. Os  analistas do banco apostam em mais duas reduções de 0,50 ponto nas reuniões de novembro e de dezembro, o que levaria a taxa básica da economia (Selic), de 13,75% para 12,50%, no fim de deste ano. Para 2024, a instituição manteve a previsão para a Selic de 10%, “diante de uma desinflação lenta dos preços de serviços”.

Na avaliação dos analistas da instituição financeira, o arcabouço fiscal e as medidas complementares de recomposição das receitas “reduzem riscos extremos, mas ainda há desafios de implementação significativos à frente”. Segundo eles, a atividade econômica melhor ajuda no curto prazo, e, por isso, as estimativas de deficit primário deste ano passaram de 1,2% do PIB, para 1% do PIB. E, para a dívida pública bruta deste ano, a projeção passou de 76% do PIB para 75%, mas subindo para 78% do PIB no ano seguinte.

A projeção para o câmbio do banco também melhorou, com a estimativa para o dólar no fim do ano passando de R$ 5,15 para R$ 5. Para 2024, a previsão para a moeda americana manteve-se em R$ 5,24.

Revisões do PIB global

O Itaú Unibanco também revisou manteve as projeções para o crescimento do PIB global deste ano em 3% e reduziu  de 2,8% para 2,7% a estimativa de expansão em 2024, devido à desaceleração da atividade por conta dos apertos monetários dos bancos centrais para frear as pressões inflacionárias.

“A inflação persistente ainda leva a aumentos adicionais de juros no final do ciclo em mercados desenvolvidos, enquanto os cortes de juros se aproximam dos emergentes”, destacou o relatório.

Pelas novas estimativas da instituição, o PIB dos Estados Unidos deverá crescer 1,5%, neste ano, em vez de 1,3%. E, em 2024, a desaceleração da atividade econômica da maior potência global será para 0,5%, acima da projeção anterior, de 0,2%.

Enquanto isso,  a China deverá crescer 5,4%, em 2023, e 4,3%, em 2024, abaixo das estimativas anteriores de 5,7% e 4,7%, respectivamente.

Vicente Nunes