Itaú melhora projeção do PIB de 2021, mas mantém a de 2022

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ROSANA HESSEL

O Itaú Unibanco elevou de 3,8% para 4% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2021, porque os indicadores recentes do impacto da segunda onda da pandemia da covid-19 no país estão mais “moderados do que o observado na primeira onda”. Contudo, manteve em 1,8% a estimativa para o avanço em 2022, sinalizando uma desaceleração, e ainda piorou as projeções para a inflação.

“Há sinais de arrefecimento da segunda onda de coronavírus, em meio ao avanço da vacinação, sobretudo da população sob maior risco. No entanto, os sistemas de saúde ainda estão pressionados, e há riscos relacionados ao surgimento de novas variantes, à eficácia das vacinas e à chegada de insumos e imunizantes do exterior”, informou o comunicado da instituição financeira com a revisão de cenários, divulgado nesta sexta-feira (07/05).

O banco elevou de 4,7% para 5,3% a previsão para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), incorporando as pressões da alta dos preços das commodities agrícolas e da conta de luz. Para 2022, o banco manteve a projeção de 3,6% para o IPCA. “O principal risco para o próximo ano é de desancoragem das expectativas de inflação dos agentes”, alertou.

A nova previsão do Itaú para o PIB de 2021 continua mais otimista do que o governo, que prevê expansão de 3,2% no PIB deste ano, e do que a mediana das projeções do mercado, de 3,14%. Já a nova estimativa para a inflação no fim do ano, de 5,3%, é mais pessimista do que a mediana, de 5,04%.

A equipe liderada pelo economista-chefe Mário Mesquita projeta um deficit primário de 2,8% do PIB nas contas do governo em 2021. Para 2022, o saldo negativo previsto é de 2% do PIB em 2022. “Dada a dinâmica da pandemia e suas consequências econômicas e sociais, existe um risco não desprezível de flexibilização adicional do regime fiscal do teto de gastos à frente”, informou.

Em relação ao câmbio, o banco manteve a projeção para o dólar em R$ 5,30 no fim de 2021 e de R$ 5,50, em dezembro de 2022. Segundo a entidade, a elevação da taxa básica de juros (Selic) e os preços de commodities “são forças importantes para apreciação da moeda no curto prazo, mas ainda existem incertezas domésticas relacionadas à evolução da pandemia e da trajetória fiscal”.

Na quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, de 2,75% para 3,50% ao ano e indicou alta da mesma magnitude para junho, o que elevará os juros básicos para 4,25% anuais. O Itaú manteve a previsão para a Selic em 5,50% anuais em dezembro deste ano.

Vicente Nunes