ROSANA HESSEL
As previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não param de cair e começam a ficar mais perto de 1%, como aconteceu no ano passado. Agora foi a vez do banco Itaú reduzir de 2% para 1,3% a sua estimativa de expansão do PIB deste ano. Os sinais de que economia continuará andando de lado são cada vez mais claros. A instituição também revisou a projeção para 2020, de 2,7% para 2,5%.
O banco não vê melhora no resultado das contas públicas do governo de Jair Bolsonaro. Pelo contrário. “Pioramos as estimativas de deficit primário de 1,4% para 1,5% do PIB, em 2019, e de 0,9% para 1% do PIB, em 2020”, avisa o comunicado da equipe liderada pelo economista-chefe Mário Mesquita. Pela projeção do banco, a dívida pública bruta chegará a 79,5% do PIB, neste ano, e a 80,2% do PIB, no seguinte. Esse dado segue a contabilidade do Banco Central, que é diferente das estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). O órgão prevê um cenário ainda pior para a dívida pública, chegando a 90,3% neste ano.
As revisões do são decorrentes de dados mais fracos da atividade e da queda da confiança do empresário. Segundo a instituição, a indústria “segue estagnada” e o uso da capacidade instalada está em patamar baixo da produção, com queda de 14,8% no setor extrativista no primeiro trimestre do ano.
O banco manteve a projeção de inflação de 3,6% neste ano, mas prevê queda na taxa básica de juros (Selic) para 5,75% ao ano, no fim de 2019, e para 5,5% anuais, no fim de 2020, como resposta ao ritmo lento de recuperação da atividade. Atualmente a Selic está em 6,50% ao ano. A expectativa do banco é que um novo ciclo de redução dos juros ocorra a partir de setembro, com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.