O Itamaraty reconheceu hoje a total inabilidade para lidar com seus servidores. Somente no dia em que os funcionários decidiram cruzar os braços contra o corte de benefícios que resultará na redução de 40% no 13º salário e nas férias de quem trabalha fora do país, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) decidiu se manifestar. E mesmo assim, por nota. O ministro José Serra sequer teve a coragem de vir a público prestar contas sobre o que está acontecendo na pasta que comanda.
O MRE admite, agora, que está questionando o Planejamento, pelos meios cabíveis. Diz que a “alteração da fórmula de cálculo do 13º salário dos servidores lotados no exterior decorreu de parecer técnico da Secretaria de Orçamento Federal e de parecer da Consultoria Jurídica do Ministério do Planejamento”.
Sobre o reajuste de salários, que até agora não foram acertados com o governo, o MRE ressalta que a negociação é conduzida pelo Ministério do Planejamento diretamente com as entidades de classe. “Cabe ao Sinditamaraty a negociação em nome dos integrantes do Serviço Exterior Brasileiro”, assegura.
O MRE admite ainda que está atrasando o pagamento do auxílio-moradia no exterior, devido a severas restrições orçamentário-financeiras. “O ministério negociou a liberação de créditos orçamentários adicionais, no total de R$ 580 milhões, valor aberto no orçamento por meio da publicação, no Diário Oficial da União de hoje, 23 de junho, da Portaria nº 187 do Ministério do Planejamento”. O Itamaraty garante que, a partir da liberação desses recursos por parte do Tesouro Nacional, os pagamentos serão regularizados.
Brasília, 18h25min