CBPILU040820132683dragão Crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press

Ipea: Impacto da inflação para as famílias mais pobres continua acima da média nacional

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

A inflação continua sendo mais dura para a população mais pobre. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados nesta quinta-feira (12/1), mostram que o impacto do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi superior a taxa média do indicador, de 0,62%, para os brasileiros com renda muito baixa, enquanto para os mais ricos, ficou abaixo da média.

Conforme o levantamento do Ipea, a inflação para as famílias de renda muito baixa foi de 0,71%, acima da alta de 0,62% do IPCA em dezembro do ano passado, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (12/1). Enquanto isso, os mais ricos sentiram um peso menor da alta de preços no ano passado, pois o impacto inflacionário para as famílias de renda muito alta foi de 0,50% em dezembro, e, para aquelas com renda média-alta, de 0,59%.

No acumulado do ano, o impacto inflacionário foi maior do que a média do IPCA, de 5,79%, para as faixas de renda mais pobres e para o topo da pirâmide, de acordo com o Ipea. O maior, contudo, continuou sobre essa fatia da população mais pobre, que chegou a 6,35%, e, para as famílias de renda baixa,, a inflação no ano passado foi de 6,04%. A inflação para as famílias com renda muito alta também ficou acima do IPCA de 2022, chegando a 6,83%.

Já as taxas acumuladas da inflação para as famílias com rendas média-baixa, média e renda média-alta ficaram em 5,59%, 5,63% e 5,65%, respectivamente, todas abaixo da média IPCA.

O levantamento do Ipea de Inflação por Faixa de Renda revela que, em dezembro, todas as classes registraram aceleração da inflação na variação mensal, e, no acumulado de 2022, todas as faixas de renda apresentaram desaceleração da inflação em relação ao observado no ano anterior. Em 2021, o IPCA acumulado foi de 10,06% e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a desaceleração da inflação foi, em grande parte artificial, pois, se não fossem as desonerações sobre os preços dos combustíveis, o IPCA deveria ter encerrado o ano passado em torno de 9%.

 

Vale lembrar que, em 2021, a inflação acumulada para as famílias de renda muito baixa, baixa, média-baixa e média ficaram acima da média de 10,06% do IPCA. Enquanto isso, as famílias com renda média-alta e muito alta sentiram uma inflação menor, abaixo de 10%.