Inflação tem alta de 1,26% em junho e pressiona BC

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ANTONIO TEMÓTEO

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho registrou alta de 1,26%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o pior para o mês desde 1995, quando a taxa subiu 2,26% e é a primeira vez, desde janeiro de 2016, que o IPCA fica acima de 1%. No mesmo período do ano passado, houve deflação de 0,23%. O índice foi influenciado negativamente pela greve dos caminhoneiros.

Nos últimos 12 meses encerrados em junho, a carestia alcançou 4,39%. Os dados do IBGE pressionam ainda mais o Banco Central (BC). A autoridade monetária estimou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que o IPCA de junho teria variação de 1,06% e a diferença de 0,2 ponto percentual mostra que a alta nos preços foi pior do que o projetado pela equipe de Ilan Goldfajn.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o de vestuário registrou deflação 0,16% em junho. Os demais registraram alta. Os grupos Alimentação e bebidas (2,03%), Habitação (2,48%) e Transportes (1,58%), que concentram, aproximadamente, 60% das despesas das famílias, foram os que mais influenciaram o IPCA de junho, com 1,18 p.p. de impacto, ou cerca de 93% do índice.

Os alimentos para consumo no domicílio subiram 3,09%, após a tímida alta de 0,36% em maio. As principais pressões nos preços foram da com a batata-inglesa, que teve alta de 17,16%, o leite longa vida, que encareceu 15,63%, o frango inteiro, que subiu 8,02%, e as carnes, que ficaram a 4,60% mais caras.

No grupo Habitação, o preço a energia elétrica, com alta de 7,93%, foi a principal pressão sobre os preços. Desde 1º de junho está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 0,05 a cada kwh consumido.

Vicente Nunes