O dado superou as estimativas do mercado, que estava em torno de 0,85%, e é praticamente o dobro do registrado no segundo mês de 2021, de 0,48%. Foi a maior variação para os meses de fevereiro desde 2016, de 1,42%, segundo o órgão ligado ao Ministério da Economia, que destacou como principais motivos as altas de preços nas mensalidades escolares, nos alimentos e nos combustíveis.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%, acima dos 10,20% registrados no mesmo período imediatamente anterior.
Conforme os dados do IBGE, a alta do IPCA-15 teve variações positivas em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. A maior variação foi no grupo Educação, de 5,64% — e impacto de 0,32 ponto percentual no indicador, devido ao aumento das mensalidades e nos materiais escolares. A maior contribuição para essa alta, segundo o IBGE, veio dos cursos regulares, de 6,69% com os reajustes praticados no início do ano letivo, com variações de 8,03%, no ensino fundamental; de 7,55% na pré-escola; de 7,46% no ensino médio e de 6,47%na creche. Ensino superior, curso técnico e de pós-graduação registraram altas de 5,90%, 4,40% e de 2,93%, respectivamente.
Alimentação e bebidas com alta de 1,20% e impacto de 0,25 ponto percentual, acelerou em relação à alta de 0,97% em janeiro. O maior vilão nesse segmento foi a cenoura, cujos preços dispararam 49,31% em fevereiro. O custo da batata inglesa subiu 20,15% e o do café moído, 2,71%. O IBGE registrou quedas de preços no frango inteiro, de 1,97%; do arroz, de 1,60%; e do frango em pedaços, de 1,31%.
O setor de transportes acelerou 0,87%, em fevereiro, após a queda de 0,41% de janeiro, principalmente, devido às altas nos preços dos veículos novos (2,64%) e das motocicletas (2,19%), contribuindo com 0,19 ponto percentual na alta do IPCA-15. Apesar da estabilidade em fevereiro, os combustíveis tiveram elevações de 3,78%, no diesel; e de 0,15%, na gasolina; mas quedas de 1,98%, no etanol; e de 0,36%, no gás veicular.
A exceção foi no conjunto Saúde e cuidados pessoais, cujos preços tiveram queda de 0,02% após a alta de 0,93% de janeiro. Os demais grupos ficram entre as altas de 0,15%, de Habitação e de 1,94%, de Artigos de residência.