Investidores querem Lula fora das eleições de 2018

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A euforia que tomou conta do mercado financeiro depois do anúncio da sentença proferida pelo juiz Sergio Moro, na qual condenou o ex-presidente Lula a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex, tem uma explicação clara: os investidores querem o petista fora das eleições de 2018.

Lula, que já foi o queridinho do mercado, agora, é visto como uma ameaça à estabilidade econômica do país. Os donos do dinheiro, que endossaram Lula em 2002, quando ele soltou a Carta ao Povo Brasileiro se comprometendo a conduzir uma política econômica responsável, temem que, de volta do poder, o petista faça um governo populista.

Muitos no mercado se perguntam qual seria a política econômica de Lula? Igual à de Dilma Rousseff, que levou o país a mergulhar na mais grave recessão da história, ou semelhando à que foi adotada no primeiro mandato do petista, quando o Brasil deu um salto espetacular?

O mercado, porém, não quer correr riscos. Entre as dúvidas sobre o que seria um governo Lula e não ter o petista no poder novamente, os investidores ficam com a segunda opção. Lula tem feito um discurso raivoso contra as reformas trabalhista e da Previdência, que tanto o mercado quer. Ataca, inclusive, a política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central nos dois mandatos do petista.

Para os investidores, o ideal é que a Justiça inviabilize a candidatura de Lula, que vem liderando todas as pesquisas de intenção de voto. Diante da crise política enfrentada pelo país, o discurso populista que ele ostenta em alto e bom som faz muito sucesso.

A condenação de Lula por Moro, porém, é na primeira instância. Isso não inviabiliza a candidatura do petista. Por enquanto, ele está apto a ser candidato e, se ganhar nas urnas, a assumir a Presidência da República. Pela Lei da Ficha Limpa, para ficar fora da disputa pela Presidência em 2018, Lula ainda precisa ser condenado em segunda instância.

Assim que o mercado tomou conhecimento da decisão de Moro, a Bolsa de Valores de São Paulo disparou. Às 16h04, o Ibovespa subia 1,61%. Já o dólar, caía 1,2%, cotado a R$ 3,213.

Brasília, 16h04min

Vicente Nunes