O Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, começou a terça-feira em baixa, mas, ao longo do dia, acabou ganhando força e superou os 85 mil pontos. A valorização do mercado de ações até às 16h45 era de 1,24%.
Para Alessandra Ribeiro, economista-chefe da Consultoria Tendências, o enterro da reforma das Previdência já estava no radar dos investidores. Agora, eles resolveram dobrar as apostas de que o Brasil vai eleger, em outubro próximo, um candidato compromissado com as reformas.
Se esse quadro se confirmar, diz a Alessandra, o Ibovespa poderá encerrar o ano em 95 mil pontos ou mais. Em compensação, se os brasileiros optarem por escolher um candidato mais radical, que não priorize nenhuma das reformas que o Brasil tanto precisa, a bolsa vai desabar.
“O mercado está acreditando que o país elegerá uma pessoa compromissada com as reformas. Mas, dos que estão colocados, precisamos ver se têm votos. Henrique Meirelles (ministro da Fazenda) é muito bem avaliado pelo mercado, assim como Geraldo Alckmin e até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Contudo, temos que ver se conseguem votos”, afirma.
No caso do presidente Temer, a economista não vê como ele se candidatar à reeleição, devido à baixa popularidade. “Mesmo que a economia se recupere, mesmo que a intervenção no Rio de Janeiro dê certo, não vejo como Temer se tornar um potencial candidato à vitória nas eleições”, destaca.
Na avaliação da economista da Tendências, apesar do bom humor demonstrado pelo mercado a despeito do fim da reforma da Previdência, é preciso ficar atento a um período de volatilidade que está por vir por causa das eleições. “Veremos um período de muito sobe e desce do mercado. Portanto, os investidores devem ficar bastante atentos”, avisa.
Brasília, 16h45min