BRUNO SANTA RITA
A Petrobras perdeu R$ 32,4 bilhões de valor de mercado após decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de segurar o aumento previsto para o diesel de 5,7%. A estatal encerou a sexta-feira (12/04) valendo R$ 361,5 bilhões. A intervenção foi questionada por membros do mercado de ações por fazer contraponto à ideia de liberalismo econômico propagada pelo governo. Pior,lembrou os tempos de controle de preços dos combustíveis de Dilma Rousseff.
A queda das ações na estatal foi de mais de 7%. Com isso, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia com queda de 2,06%, nos 92.802 pontos. No início da semana, o Ibovespa estava acima dos 97 mil pontos. Segundo analistas ouvidos pelo Blog, a medida aumentou a desconfiança dos investidores estrangeiros. Eles correram em busca de proteção no dólar, que fechou o dia em alta de 0,83%, a R$ 3,89 para venda .
Bolsonaro tomou a atitude com a justificativa de não entender o aumento de 5,7%, uma vez que a inflação, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central, foi projetada para 2019 em 3,90%. A meta estabelecida pelo BC para a inflação é 4,25%. Ou seja, ela está abaixo da meta, o que, teoricamente, não deveria impulsionar alta nos preços. O presidente pretende se reunir com funcionários da estatal para discutir sobre a política de preços.
Após almoço no Macapá, Bolsonaro afirmou que procura entender melhor como é feita a política de preços na Petrobras. Segundo ele, que ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para cobrar o reajuste do diesel, dúvidas sobre o custo e o refinamento do produto ainda persistem em sua cabeça.
“Onde é que nós refinamos, a que preço, a que custo, eu quero o custo final”, disse, após almoço no Macapá. Por fim, o presidente reforçou: “Não sou economista, já falei que não entendia de economia”