“INSS precisa digitalizar da porta para dentro”, diz Paulo Uebel

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ROSANA HESSEL

Para melhorar o atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e reduzir as enormes filas nas agências, será preciso também digitalizar os procedimentos internos, o chamado back office,  de acordo com o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel.  Segundo ele, a informatização dos serviços do INSS, por enquanto, é parcial, porque ocorreu apenas nos procedimentos externos, no front office.

“A digitalização (do INSS) alcançou etapas iniciais, mas tem todo um trabalho ainda, que são processos internos de análise, que ainda não conseguimos avançar. Em 2019, digitalizamos da porta para fora. Agora, em 2020, vai ser da porta para dentro”, explicou Uebel, nesta quinta-feira (16/01), a jornalistas durante balanço de ações da pasta em no ano passado e apresentação de metas para este ano, ao ser questionado sobre as filas no órgão. “O canal digital antecipou a demanda, mas os processos internos não foram totalmente adaptados para o aumento do fluxo”, adicionou.

Uebel destacou que o governo não pretende digitalizar os serviços públicos que exigem atendimento humano, mas agilizar os complementares, principalmente, aqueles que não estão relacionados com a atividade fim de cada órgão.

De acordo com o secretário, a situação fiscal do governo tem dificultado a realização de concursos, mas, no caso do INSS, o volume de contratações foi o maior na esfera pública federal. “O INSS não foi negligenciado em concurso. Entre 2010 e 2019, registramos o ingresso de 8,9 mil pessoas. Nenhum outro órgão teve esse volume”, disse ele, reconhecendo que esse montante pode não ter sido suficiente para atender as necessidades do órgão.

No caso dos militares que serão chamados para ajudar no atendimento das agências, a atuação deles deverá ser apenas na triagem primária, uma vez que o preparo técnico nos procedimentos mais complexos exigirá profissionais mais qualificados, segundo uma fonte do governo.

A meta da secretaria para este ano é dar continuidade aos processos de revisões de carreiras, extinção de cargos obsoletos e digitalização de serviços para aumentar a eficiência da administração pública. “Ao longo deste ano, vamos, obviamente, uma série de atividade de apoio da área meio para direcionar os concursos para as atividades fim”, completou.

Para este ano, não há um número fechado de quantos concursos deverão ser realizados para a administração pública. Em 2019, foram extintos 40 mil cargos obsoletos e, para este ano, a pasta está fazendo um levantamento junto aos órgãos de quantos deverão ser eliminados.

Uebel contou ainda que o governo pretende trabalhar neste ano na regulamentação da Lei de Liberdade Econômica, aprovada em 2019. Pelas estimativas equipe econômica deve gerar, em dez anos, 3,7 milhões de emprego e contribuir para o aumento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. “Estamos conversando com as juntas comerciais e nosso objetivo é reduzir o prazo de abertura de empresas para duas horas”, adiantou.

Vicente Nunes