Um dia depois de o Banco Central manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra aceleceração da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da carestia oficial, subiu 0,54% em julho, ante 0,40% do mês anterior.
A disparada da inflação foi puxada pelo grupo alimentos e bebidas, que, na média, computou alta de 1,45%, respondendo por 69% do indicador. Foi o maior reajuste para meses de julho desde 2008. A dupla feijão e arroz apontou o maior aumento, azedando o humor dos consumidores, segundo o IBGE.
O feijão-carioca subiu, em média, 58,06%, e foi, isoladamente, o item que exerceu o maior impacto no IPCA-15 : 0,18 ponto percentual. Em Goiânia, o quilo do produto ficou 81,03% mais caro, seguido por Brasília (62,69%), Salvador (61,69%) e Fortaleza (60,63%). Os demais tipos de feijão também apresentaram aumentos significativos. O mulatinho passou a custar, em média, 45,94% a mais, e o preto, 34,23%. O fradinho subiu 11,78%.
Segundo o IBGE, o arroz subiu 3,36% na média, mas disparou 8,20% em Belém, 6,67% em Fortaleza e 6,53% em Goiânia. Com isto, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais. Para piorar, o leite, com participação importante na despesa das famílias, aumentou 15,54%, em média, sendo reajustado em 27,46% em Curitiba, em 24,15% em Porto Alegre e em 20,17% em Goiânia. Com isso, os preços de seus derivados aumentaram, destacando-se o leite em pó, que ficou 3,26% mais caro.