Segundo os cálculos de Barros, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de parâmetro para a correção de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), fechará o próximo ano em 3,25%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para atualizar o teto de gastos, subirá 2,13%.
O INPC mais alto que o IPCA tem explicações: a mais importante delas, o peso maior dos alimentos e das bebidas no cálculo do indicador, que mede o custo de vida das famílias de renda mais baixa. Os alimentos têm sido os vilões da carestia e vêm corroendo o poder de compra justamente dos mais desfavorecidos.
O rombo adicional nas contas públicas, segundo o economista do BTG Pactual, também decorrerá da prorrogação da desoneração da folha de pagamento. O buraco de R$ 20 bilhões além do previsto tornará ainda mais complicado para o governo anunciar um programa social mais robusto, que o economista considera possível, desde que sejam mantidos os compromissos com o teto de gastos.
Por enquanto, o governo colocou as discussões sobre o Renda Cidadã, uma versão turbinada do Bolsa Família, em banho-maria. A ordem do presidente Jair Bolsonaro é esperar o resultado das eleições municipais para medir o impacto político das medidas sociais. O auxílio emergencial, que vem segurando a popularidade do presidente, acaba, a princípio, em dezembro.
Brasília, 15h41min