HAMILTON FERRARI
A aceleração da inflação em março prejudicou principalmente as famílias mais pobres, segundo estudo divulgado na manhã desta sexta-feira (12/4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 4,58% nos últimos 12 meses, a taxa para a classe de renda “muito baixa” foi de 4,96% no mesmo período.
O órgão se baseia no indicador divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, a índice variou 0,75%, puxado principalmente pelos preços dos alimentos e gasolina. Aos mais ricos, a inflação foi de 0,7%, mas, aos que têm a renda muito baixa, a taxa foi de 0,8% no mês. Confira como foram as variações por faixa de renda:
Renda muito baixa
Março: 0,8%
Acumulado de 12 meses: 4,96%
Renda baixa
Março: 0,77%
Acumulado de 12 meses: 4,74%
Renda média-baixa
Março: 0,76%
Acumulado de 12 meses: 4,67%
Renda média
Março: 0,73%
Acumulado de 12 meses: 4,49%
Renda média-alta
Março: 0,72%
Acumulado de 12 meses: 4,37%
Renda alta
Março: 0,7%
Acumulado de 12 meses: 4,28%
Inflação (IPCA)
Março: 0,75%
Acumulado de 12 meses: 4,58%
Segundo o Ipea, assim como vem ocorrendo ao longo dos últimos meses, a alta dos alimentos vem impactando de forma mais significativa as famílias mais pobres. No IPCA, o grupo de alimentação e bebidas subiu 1,37% em março e 6,74% no acumulado de 12 meses.
“Em março, dos dezesseis subgrupos que compõem o segmento alimentação no domicílio, quatorze apresentaram variações positivas, as maiores altas ocorreram justamente nos itens de maior peso no consumo das famílias de menor renda, como cereais (5,2%), tubérculos (18,7%), hortaliças (6,1%) e frutas (4,3%)”, informou o Ipea.
O custo mais caro nos supermercados tem contribuído para distanciar a inflação por faixa de renda. O órgão mostra que a separação entre as taxas de ricos e pobres está mais evidente neste ano. “Nota-se que, em março de 2019, enquanto a inflação da classe mais baixa foi vinte vezes maior que a registrada nesse mesmo mês de 2018, a aceleração da taxa de inflação da classe mais alta em 2019 foi mais amena – cerca de 6,5 vezes maior”, comunicou.
Brasília, 10h34min