ROSANA HESSEL
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), recuou 0,1% em dezembro do ano passado, depois de subir 0,1% em novembro, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (12/1) pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), o IBGE norte-americano. No acumulado de 2022, o índice aumentou 6,5%, sem ajuste sazonal, a menor taxa em 12 meses desde outubro de 2021. Em 2021, o indicador registrou alta de 7,1%.
Com esse resultado, abaixo do esperado pelo mercado, que previa estabilidade, os agentes financeiros podem ficar menos apreensivos com a intensidade do aperto monetário que vem sendo conduzido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Em junho do ano passado, a inflação dos EUA chegou a 9,1%, em junho, o maior patamar em 40 anos, puxada pela alta dos preços do barril do petróleo.
“Com a inflação abaixo do esperado, o Fed pode segurar um pouco o avanço dos juros. Isso diminui a pressão por migração de recursos dos países emergentes para os Estados Unidos, o que pode ajudar a segurar o câmbio por aqui”, destacou André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
No fim do ano passado, o Fed elevou a faixa dos juros básicos para 4,25% a 4,5%, o nível mais alto desde 2007, e projeta juros acima de 5% em 2023.
A taxa de inflação dos EUA em 2022 ficou menor do que a do Brasil, que acumulou alta de 5,79% de janeiro a dezembro do ano passado, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas houve estouro do teto da meta pelo segundo ano consecutivo.
Custos de energia e de alimentos
De acordo com os dados do BLS, a queda nos preços da gasolina e dos custos de energia contribuíram para a desaceleração na média do CPI. Com queda de 4,5% em dezembro, o índice de energia avançou 7,3% no acumulado do ano, puxado, principalmente, pela queda do índice da gasolina que recuou 9,4%, no mês, e 1,5%, em 2022.
O índice de alimentos avançou 0,3% no mês e 10,4% no acumulado do ano. O custo da alimentação em casa acabou subindo mais ainda em 12 meses, 11,8%, apesar da variação de 0,2% no mês passado.