ROSANA HESSEL
A desaceleração nos preços dos alimentos no mês de março não reverteu a aceleração da do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias mais pobres, e a taxa acumulada em 12 meses continua acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador da inflação oficial.
O INPC, índice utilizado para correção do salário mínimo, registrou alta de 0,86% em março, ficando 0,04 ponto percentual acima do resultado de fevereiro, de 0,82%, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (09/04). Foi o maior índice para o mês desde maro de 2015, quando INPC variou 1,51%. No mesmo período de de 2020, o indicador subiu de 0,18%.
No ano, o INPC acumula alta de 1,96% e, em 12 meses encerrados em março, de 6,94%, acima dos 6,22% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa variação superou a alta do IPCA, que avançou 6,10% no mesmo período.
De acordo com os dados do IBGE, os produtos alimentícios, que tem forte peso no INPC, subiram 0,07% em março, abaixo do resultado de 0,17% observado em fevereiro. Já os produtos não alimentícios tiveram alta de 1,11%, enquanto, no mês anterior, registraram alta de 1,03%.
Brasília lidera alta
Todas as 16 capitais pesquisadas pelo IBGE registraram alta no INPC de março. A maior variação ocorreu em Brasília, de 1,38%, principalmente por conta das altas nos preços da gasolina, de 12,03%, e do gás de botijão, de 5,66%. Em 12 meses, o indicador registra elevação de 7% na capital federal.
Assim como no IPCA, a região metropolitana do Recife apresentou a menor oscilação do INPC, de 0,57%, por conta das quedas na energia elétrica (-2,29%) e no tomate (-21,03%).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979 e sua pesquisa contempla as famílias com rendimento de até cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado. O levantamento abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.