ROSANA HESSEL
A inflação das famílias mais pobres, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), foi mais salgada do que a alta dos preços para os mais ricos. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador que corrige o salário mínimo subiu 0,88% em agosto e acumulou 10,42% em 12 meses.
Apesar da desaceleração de 0,14 ponto percentual em relação ao salto de 1,02% de julho, a variação do INPC de agosto resulta em alta acumulada no ano de 5,94%. Em agosto de 2020, o indicador tinha registrado variação de 0,36%.
A volta da alta dos alimentos em agosto foi o que ajudou a pressionar o INPC, indicador que mede a inflação para as famílias como renda mensal de até cinco salários mínimos. Os produtos alimentícios subiram 1,29% em agosto, ficando acima do resultado de julho, quando a alta foi de 0,66%. Já os produtos não alimentícios tiveram alta de 0,75%, desacelerando em relação à alta de 1,13% do mês anterior.
Todas as áreas regionais pesquisadas registraram alta em agosto, de acordo com o IBGE. Brasília teve a maior variação no INPC, 1,60%, influenciada pela altas de 7,76%, da gasolina, e de 3,76%, da energia elétrica. Já o menor índice ficou com Fortaleza, que registrou elevação de 0,43%, onde pesaram as quedas nos preços do arroz (-2,81%), das carnes (-2,09%) e dos itens de higiene pessoal (-1,39%).
Segundo o IBGE, para o cálculo do INPC de agosto, foram comparados os preços coletados entre 29 de julho e 27 de agosto de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 29 de junho e 28 de julho de 2021 (base). O indicador é calculado desde 1979 e abrange 10 regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.