ROSANA HESSEL
Preços dos presentes e serviços para o Dia das Mães deste ano estão 7,2% mais caros do que em 2022, conforme levantamento feito pela XP Investimentos com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta de preços é superior à prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
Desde o início da pandemia da covid-19, houve alta de 26,9% nos preços da cesta que conta com produtos como roupas e acessórios, eletroeletrônicos, maquiagem e perfume, restaurantes e viagens, de acordo com os dados levantados pela XP.
Caso a família opte por almoçar fora de casa no próximo domingo, o custo será 8% mais caro em relação ao ano passado. Quem for presentear a mãe com roupas, pagará 14% a mais do que em 2022. Itens de maquiagem, subiram 17%, perfumes, 13,5%, e móveis e eletrodomésticos, 12,4% e 6,1%, respectivamente.
“Tivemos elevação no preço dos alimentos em 2021 e 2022, inclusive por conta do problema da escassez de chuvas, que refletiu nas contas de luz no comércio. Além disso, com a reabertura da economia, o setor de serviços experimentou uma recuperação forte por haver uma demanda reprimida por conta da Covid-19, e isso acabou gerando um efeito de recomposição de salários que pressionou também o custo desses restaurantes. Tudo isso acaba sendo repassado para o consumidor”, destacou Alexandre Maluf, economista da XP, em nota da instituição. Segundo ele, a alimentação em bares e restaurantes ficou mais cara, basicamente, por conta do aumento do preço dos alimentos nos últimos dois anos, a reabertura da economia pós-pandemia, impulsionando o setor de serviços — antes, reprimido —, e os maiores custos com salários e energia.
No caso de roupas estarem mais caras, o economista explicou que o preço do algodão, matéria-prima muito utilizada na confecção das peças, foi o grande vilão, porque, no passado, foi registrado o maior patamar histórico do preço da commodity agrícola, por conta de quebras de safra. Já a alta no preço de maquiagens e perfumes é correlacionada a indústria petroquímica, que foi afetada pelo aumento de preços do petróleo e do gás natural, devido à escassez dos insumos ocasionada com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Entre os poucos produtos que tiveram queda, no acumulado 12 meses, estão TV, som, itens de informática (-10,8%) e celulares (-3,0%). Maluf disse que o recente alívio nos preços ocorreu devido a melhora nas condições de oferta dos componentes eletrônicos, o que barateou o custo de produção pós-pandemia.
Abaixo, a tabela completa dos itens selecionados pela XP