Pelas projeções do economista-chefe da Corretora Ativa, Carlos Thadeu Filho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado nesta sexta-feira (06/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou novembro com alta de 0,48%, quase cinco vezes maior que o 0,10% do mês anterior. Em dezembro, o IPCA deve chegar a 0,92%.
Não será surpresa, segundo Thadeu Filho, se a inflação de novembro, que sairá nesta sexta, ser ainda maior, acima de 0,50%. Três grupos de preços, no entender dele, estão pressionando o bolso dos consumidores: carne bovina, artigos de higiene pessoal e refeição fora de casa.
Para o economista da Ativa, o alívio na inflação só deverá vir em janeiro, quando o IPCA tenderá a se situar em torno de 0,40%. Até lá, é bom os consumidores se prepararem para preços mais salgados em itens básicos.
Mais pobres
No caso das carnes, os reajustes estão sendo puxados pela demanda maior vinda da China. Como a oferta mundial diminuiu, os exportadores foram chamados para suprir os consumidores chineses. E esse movimento ainda vai levar um bom tempo.
Nos demais casos, os empresários estão se aproveitando para repor parte das margens de lucro. Neste fim de ano, os consumidores reforçaram o orçamentos com a liberação dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o recebimento do 13 salário e a restituição do Imposto de Renda (IR).
Com mais dinheiro no bolso, os consumidores costumam ficar mais lenientes em relação aos preços. Reclamam, mas pagam. Como sempre, os que mais sofrem com a disparada dos preços dos alimentos são os mais pobres. Os gastos com esses itens básicos representam o grosso da renda dessas pessoas.
Brasília, 19h09min