Inflação de Brasília sobe 0,48%, em fevereiro, segunda menor do país

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ROSANA HESSEL

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, teve alta de 0,84% em fevereiro e o indicador registrou elevação em todas as 16 capitais pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Brasília teve a segunda menor variação, de 0,48%, atrás apenas de Rio Branco, com inflação de 0,44% no mês passado.

Apesar de estar entre as menores taxas do IPCA de fevereiro, a inflação de Brasília registrou aceleração em relação ao janeiro, quando o indicador teve alta de 0,33%. Na média nacional, o IPCA também acelerou sobre os 0,53% do mês anterior. Na comparação anual, quando o a inflação da capital federal foi 0,93% em fevereiro de 2022, houve desaceleração. No ano, o IPCA de Brasília acumula alta de 0,81% e, em 12 meses, de 5,61%.

Conforme os dados do IBGE, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília apresentaram altas no IPCA de fevereiro. O maior impacto positivo, de 0,46 ponto percentual, veio do grupo educação, que registrou alta de preços de 6,55%.  A maior contribuição veio dos cursos regulares (com alta de 8,54%) por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Mas as maiores variações vieram do ensino fundamental (10,38%), da pré-escola (9,70%), do ensino médio (9,35%), da creche (8,82%) e do ensino superior (7,51%). Também se destacaram as altas em curso de idioma (5,19%), curso preparatório (4,36%) e pós-graduação (3,70%).

O grupo saúde e cuidados pessoais teve variação de 1,26% em fevereiro e o segundo maior impacto positivo do mês no IPCA de Brasília, de 0,17 ponto percentual. Após a queda de 5,47% em janeiro, os perfumes tiveram alta de 7,89% em fevereiro contribuindo com 0,05 ponto percentual no índice do mês. Houve, ainda, o resultado do plano de saúde (1,22%), que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023.

O grupo alimentação e bebidas, com alta de 0,45% no mês, contribuiu com 0,08 ponto percentual no cálculo do IPCA de Brasília em fevereiro. O resultado foi puxado pelas altas em alimentação fora do domicílio (de 0,72%) como lanche (1,28%) e refeição (0,42%); em frutas (1,51%) como mamão (8,18%), melancia (13,66%) e maçã (6,09%). Na contramão, os produtos que mais puxaram o índice do grupo para baixo foram cebola (-10,32%), batata-inglesa (-10,39%), café moído (-3,32%) e tomate (-2,82%).

O grupo habitação teve deflação de 0,20% e ajudou a puxar o o IPCA de Brasília para baixo contribuindo com -0,03 ponto percentual no índice do mês. Apesar de altas na taxa de água e esgoto (1,13%) e no aluguel residencial (0,39%), houve quedas nos preços do condomínio (-1,21%) e da energia elétrica residencial (-0,80%).

De acordo com o IBGE, o grupo que mais puxou o IPCA de Brasília para baixo foi transportes, que registrou queda de 1,05% e, com isso o impacto em fevereiro foi de -0,24 ponto percentual. A principal razão para isso foi a queda de 3,98% nos preços dos combustíveis, como como gasolina (-2,43%), óleo diesel (-4,12%) e etanol (-3,17%). Vale ressaltar que passagem aérea também registrou queda de 10,06%.

Veja o quadro comparativo de capitais pesquisadas pelo IBGE:

Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%)
Janeiro Fevereiro Ano 12 meses
Curitiba 8,09 -0,05 1,09 1,04 4,52
Recife 3,92 0,03 0,99 1,03 5,42
Vitória 1,86 0,92 0,92 1,85 5,45
São Paulo 32,28 0,68 0,92 1,61 6,53
Aracaju 1,03 0,63 0,88 1,51 5,34
Belém 3,94 0,41 0,86 1,27 5,19
Goiânia 4,17 0,24 0,85 1,09 4,18
Salvador 5,99 1,09 0,81 1,90 6,51
Belo Horizonte 9,69 0,82 0,81 1,64 4,39
Porto Alegre 8,61 0,23 0,75 0,98 4,74
Fortaleza 3,23 0,86 0,73 1,60 5,86
São Luís 1,62 -0,01 0,65 0,64 4,81
Rio de Janeiro 9,43 0,43 0,65 1,09 5,76
Campo Grande 1,57 0,60 0,54 1,15 4,61
Brasília 4,06 0,33 0,48 0,81 5,61
Rio Branco 0,51 0,67 0,44 1,11 4,99
Brasil 100,00 0,53 0,84 1,37 5,60

Fonte: IBGE

Vicente Nunes