Segundo ela, o investidor quer sempre acertar o “investimento da moda”. “Foi assim com imóveis, bitcoin e agora com a bolsa de valores. Quando começam as notícias de que um investimento está rendendo bem, todos correm para ele”, explicou Casabona. “É por este motivo que o patrimônio das pessoas nunca é rentabilizado da melhor forma. Planejamento patrimonial já prevê os solavancos do mercado e manobras drásticas não são tomadas a cada volatilidade”, completou a especialista.
O IBovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) começou o ano superando as máximas históricas, com especialistas esperando o rompimento das barreiras dos 90 mil e até 100 mil pontos. Hoje, está rondando os 71 mil pontos, com analistas defendendo um viés de queda.
Mesmo com os fatores políticos desfavoráveis no início de 2018, os investidores não deram atenção para os acontecimentos e surfaram com o cenário externo positivo. Até então, o Brasil era beneficiado com o apetite ao risco, criando um alto grau de otimismo para a economia.
Mas o cenário mudou. A recuperação da atividade econômica do primeiro trimestre foi aquém do esperado e os Estados Unidos aumentou os juros para segurar a inflação diante da alta do petróleo. O movimento reverteu o apetite ao risco, resultando na retirada de recursos do país.
Aliado a isso, uma guerra comercial entre os norte-americanos e a China aumenta as tensões quanto a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, prejudicando principalmente os países com economias mais fragilizadas, como o Brasil.
Os investidores também estão preocupados quanto às eleições incertas que se aproximam. O mercado não vê nenhum candidato de centro-direita se sobressaindo nas pesquisas de intenção de votos. Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Marina Silva, que se destacam, não são os nomes que animam os agentes para tocar as reformas.
Com esse cenário, os índices de confiança do empresariado pararam de subir, o que se refletem em baixos investimentos na economia. Para apimentar ainda mais o ambiente, a recente greve dos caminhoneiros também jogou um balde de água fria na economia. A impressão dos investidores é de que o governo federal não soube manejar a situação e perdeu o controle.
A leitura dos analistas é de que sobram notícias ruins, enquanto são raras as boas. Apesar da alta do IBovespa nesta terça-feira (19/6), parte dos economistas afirmam que a tendência é de uma queda, abaixo de 69 mil pontos. Além disso, a expectativa é de que o dólar continue subindo, pressionando a inflação e obrigando o Banco Central a atuar para conter as volatilidades.
Levantamentos mostram ainda que os fundos multimercados da categoria macro perderam 1,56% em média no mês passado, enquanto os de categoria livre perderam 0,98% em maio.
Brasília, 16h26min