Depois de muita negociação, o futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fechou o nome para a presidência do Banco Central. O sucessor de Alexandre Tombini em um eventual governo de Michel Temer será o economista Ilan Goldfajn, do Itaú Unibanco. A condição para que ele aceitasse assumir o cargo foi a manutenção do status de ministério do BC, que Temer queria reverter. Com isso, Ilan garante foro privilegiado para se proteger de enxurradas de ações judiciais que recaem sobre a autoridade monetária.
Pelo acordo fechado entre Meirelles e Ilan, o eventual governo Temer enviará ao Congresso um projeto propondo a autonomia formal do BC, incluindo o foro privilegiado. Enquanto, porém, essa proposta não sair do papel, a instituição continuará com status de ministério. A ideia é encaminhar o nome de Ilan para apreciação do Senado já na próxima semana, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado hoje.
Ilan já foi diretor do BC. Ocupou a diretoria de Política Econômica na gestão de Armínio Fraga. Durante a mudança do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Lula, Ilan ficou seis meses no cargo, trabalhando na equipe de Meirelles quando ele comandou a autoridade monetária.
O mercado vê com muito bons olhos a nomeação do economista do Itaú para o BC. Ele deve conduzir o processo de corte da taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano. Esse movimento, no entanto, só deve ocorrer, na melhor das hipóteses, a partir de julho.
Brasília, 23h53min