Ilan Goldfajn não vê uma possível eleição de Fernando Haddad como problema

Publicado em Economia

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não é de comentar política. Sempre que questionado sobre esse tema, desconversa. Mas, em recentes encontros com integrantes do mercado, deixou claro que não vê uma possível eleição de Fernando Haddad, do PT, para a Presidência da República como um problema. Ao ser questionado como seria um segundo turno das eleições entre Jair Bolsonaro (PSL) e Haddad, disse que o mercado tenderia a apoiar Haddad. Ele seria menos radical do que o ex-capitão do Exército e do que Ciro Gomes, do PDT.

 

O mercado, em sua maioria, teme a volta do PT ao poder. Não por acaso, passou a se aproximar de Bolsonaro. Mas muitos analistas reconhecem que Haddad tem um perfil moderado e seria um ótimo nome para substituir o ex-presidente Lula como cabeça de chapa do PT. Lula insistirá na candidatura até o prazo final previsto em lei. Ao ser declarado ficha-suja, indicará seu sucessor, muito provavelmente, o ex-prefeito de São Paulo. Haddad, inclusive, está com uma exposição enorme na mídia nos últimos dias.

 

O mercado reconhece as chances de Haddad ir para o segundo turno da disputa pela Presidência da República. E, caso isso aconteça, torce para que o petista assuma um discurso sem rancor, uma vez que as principais lideranças do PT não escondem o desejo de voltarem ao Palácio do Planalto para se vigar “de todos” que fustigaram o partido.

 

O mercado vai insistir no apoio a Geraldo Alckmin (PSDB), que, até o fechamento da aliança com o Centrão, era dado como carta fora do baralho. Agora, fortalecido politicamente, o tucano se tornou o objetivo de desejo dos donos do dinheiro. Tanto que, nos bastidores, muitos investidores vêm trabalhando para a solidificação das alianças fechadas pelo PSDB como forma de enfrentar a extrema direita representada por Bolsonaro e a esquerda radical liderada pelo PT.

 

 

Brasília, 10h03min