IBGE: PIB do primeiro trimestre cresce 0,8%, puxado por agricultura e serviços

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ROSANA HESSEL

O Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas produzidas por um país, cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, em relação aos três meses anteriores, ou seja, na margem, totalizando R$ 2,7 trilhões, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (4/6).

Apesar do crescimento de 0,8% no primeiro trimestre, o PIB brasileiro desacelerou em relação ao avanço de 1,3% registrado no mesmo período do ano passado e que foi revisado para 1,2%.  O destaque pela ótica da produção ficou novamente com a agricultura, que avançou 11,3% de janeiro a março em comparação com o quarto trimestre de 2024. O desempenho, contudo, é praticamente a metade do salto de 22% registrado no mesmo intervalo do ano passado, e, na comparação anualizada, houve queda de 3% na produção do setor agrícola.

Serviços, em segundo lugar, cresceu, na margem, 1,4%. O setor é o que mais emprega e tem maior peso no PIB, praticamente dois terços e, portanto, também teve destaque no desempenho da atividade econômica. Já a indústria apresentou variação negativa, de 0,1%, com a construção e o segmento de energia e gás registrando quedas de 0,5% e de 1,6%, respectivamente.

Pela ótica da despesa, o consumo das famílias registrou alta de 1,5% e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, avançou 4,1%. O consumo das famílias tem o maior peso do lado da demanda e, de acordo com analistas, reflete a melhora na massa salarial que vem sendo registrada desde o ano passado com a queda do desemprego e, com isso, também teve importante contribuição para o avanço do PIB.

Já o consumo do governo andou de lado e não registrou variação alguma, conforme os dados do órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB registrou alta de 2,5%.  Nos primeiros meses do ano, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023.

Nos dados revisados do PIB, destaque para o resultado do quarto trimestre de 2024, que, em vez de zero, registrou variação negativa de 0,1%, conforme os dados do IBGE.

Vicente Nunes