IBGE: PIB avança 1,2% no primeiro trimestre de 2021

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ROSANA HESSEL

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2 % no primeiro trimestre de 2021, na comparação com os três meses anteriores, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (01/06), com destaque para a agricultura, que liderou a alta entre os setores produtivos, com avanço de 5,7% na mesma base de comparação.

Esse resultado do PIB ficou acima da mediana das estimativas do mercado, de 0,7% de alta na margem, e o bom desempenho da atividade econômica do país teve impulso dos investimentos, além da agropecuária, apesar da queda no consumo em geral. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Pallis, o PIB brasileiro “recuperou o patamar pré-pandemia, do quarto trimestre de 2019”, no entanto, ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, o PIB cresceu 1%. E, no acumulado em quatro trimestres encerrados em março, o PIB encolheu 3,8%.

Conforme os dados do IBGE, do lado da oferta, o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2021 foi puxado pela alta de 5,7% da agricultura, com destaque para as produções de soja, arroz e milho, que apresentaram expansões de 8,6%, de 3,6% e de 0,3%, respectivamente na comparação com os três meses anteriores. Milho e mandioca apresentaram quedas, de 0,7% e de 1,3%, na mesma base de comparação. Vale lembrar que a participação da agropecuária no PIB cresceu na comparação trimestral, passando de 5,1%, nos primeiros três meses de 2019, para 6,8%, no mesmo intervalo de 2020.

Já a atividade da indústria cresceu 0,7% em relação ao último trimestre de 2020 e os serviços, avançou 0,4% no mesmo intervalo. O segmento, que representou 72,8% do PIB de 2020, apresentou queda de 0,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2020.

No lado da demanda, o consumo das famílias e do governo apresentaram queda na margem, de 0,1% e de 0,8%, respectivamente. Vale lembrar que, sem o auxílio emergencial nos primeiros do ano, o consumo das famílias acabou perdendo o impulso do ano passado e, no caso do governo, o atraso na aprovação do Orçamento de 2021, limitou a liberação de recursos da administração pública, que foi obrigada a operar apenas com o duodécimo (1/12) da previsão orçamentária.

O investimento, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceu 4,5%, ajudando no resultado positivo do PIB do trimestre, assim como o comércio exterior, que ganhou força com a forte valorização dos preços das commodities devido ao crescimento mundial mais acelerado.

As exportações avançaram 3,5%, na mesma base de comparação. As importações, por sua vez, saltaram 11,6% no trimestre, de acordo com os dados do IBGE.

O PIB nominal somou R$ 2,048 trilhões no acumulado de janeiro a março. A taxa de investimento em relação ao PIB ficou em 19,4% no trimestre e a taxa de poupança, em 20,6%. Esses dados do mesmo trimestre de 2020 estavam em 15,9% do PIB e em 13,4%, respectivamente.

Vicente Nunes