IBGE: Desemprego recua para 8,3% no trimestre encerrado em outubro

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ROSANA HESSEL

A taxa de desemprego no país recuou para 8,3%, no trimestre encerrado em outubro, a menor taxa para o período desde 2014, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (30/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

A nova taxa representa queda de 0,8 ponto percentual (p.p.) na comparação com resultado do trimestre anterior, entre maio e julho, de 9,1%, segundo o IBGE. Na comparação com o dado do mesmo trimestre de 2021, de 12,1%, a queda foi de 3,8 pontos percentuais.

O dado ficou abaixo das estimativas do mercado, entre 8,6% e 8,5%, mas analistas alertam que, nos próximos meses, a tendência é de aumento da taxa de desocuppação devido à desaceleração da economia que está em curso no segundo semestre do ano. Vale lembrar que, ontem, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) com queda de 42,5% no saldo positivo de vagas criadas entre setembro e outubro, para 159.45 postos de trabalho no mercado formal, como uma amostra dessa tendência.

A população desocupada somou 9 milhões de pessoas, o que presenta um recuo de 8,7% em comparação com o trimestre encerrado no mês de julho. É o menor nível desde julho de 2015.

O contingente de pessoas ocupadas, por sua vez, registrou aumento de 1% e passou para 99,7 milhões, novo recorde da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

De acordo com os dados da Pnad, o nível da ocupação — percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chegou a 57,4%, com avanços de 0,4 p.p., na comparação com o trimestre anterior, e de 2,8 p.p. na comparação anual. Segundo o IBGE, é o patamar mais elevado desde o trimestre móvel de abril de 2015.

A taxa de subutilização ficou em 19,5%, a menor desde o trimestre móvel terminado em janeiro de 2016, somando 22,7 milhões de pessoas.

A população desalentada somou 4,2 milhões de pessoas, dado estável em relação ao trimestre anterior, somando 3,7% da força de trabalho, segundo o IBGE.

Enquanto isso, o número de empregos com carteira de trabalho assinada no setor privado, sem incluir os trabalhadores domésticos, somou 36,6 milhões de agosto a outubro, dado 2,3% superior ao trimestre anterior e 8,1% acima da taxa registrada no mesmo período de 2021.

Renda aumenta

O rendimento médio habitual nos três meses encerrados em outubro, conforme os dados do IBGE, cresceu 2,9% em relação ao trimestre anterior, para R$ 2.754 mensais. O órgão do Ministério da Economia destacou o emprego do setor público e por conta própria com os maiores aumentos na renda no trimestre, de 3,4% e 3,3%, respectivamente. Contudo, o valor ainda é inferior aos R$ 2.811, do mesmo trimestre de 2019, e aos R$ 2.959 do mesmo intervalo de 2020.

De acordo com os dados da Pnad, houve volume recorde da série histórica na massa de rendimento real habitual, que chegou a R$ 269,5 bilhões, altas de 4%, no trimestre, e de 11,5%, na comparação anual.

Vicente Nunes