Iate decide fazer eleição presencial e sócios se rebelam. Clube volta atrás

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Apesar de os índice de infecção e mortes pelo novo coronavírus estarem em alta no Distrito Federal, o Iate Clube, o mais tradicional e caro da capital do país, decidiu fazer suas eleições, marcadas para 10 de outubro, de forma presencial, o que provocou uma rebelião em parte dos sócios.

A Comissão Eleitoral havia recomendado um processo de votação virtual, alegando que as autoridades sanitárias não recomendam aglomeração, mas o Conselho Deliberativo do clube não aceitou a orientação e definiu que os 3.800 sócios deveriam comparecer ao local de votação.

Foi preciso que um dos sócios recorresse à Justiça para que o Conselho Deliberativo voltasse atrás. Segundo Rudi Finger, comodoro do Iate, o Conselho Deliberativo fará uma reunião nesta quinta-feira (27/08) para aprovar um acordo que garanta a votação por meio eletrônico.

Iate não quer judicialização

Presidente do Conselho Deliberativo do Iate, Oscar Lossio afirma que o órgão não havia acatado o parecer da Comissão Eleitoral pela votação virtual pois seguiu o estatuto do clube, que exige a presença dos sócios na hora do voto. O Conselho também se baseava em vetos do presidente Jair Bolsonaro a pontos da Lei nº 14.030, que trata de assembleias.

Pelos vetos de Bolsonaro, não havia mais a necessidade de uso de máscaras em locais públicos, nem se obrigava mais o distanciamento social. Como os vetos foram derrubados pelo Congresso, as medidas restritivas e de proteção continuaram valendo.

Lossio explica que, diante da ação judicial e da derrubada dos vetos de Bolsonaro, optou-se por fazer um “grande acordão” para que as eleições do Iate sejam realizadas por meio eletrônico. Será contratada uma empresa que garanta todas as regras de segurança. Os sócios, por exemplo, terão que fazer fotos no ato da votação.

“Entendemos que não seria bom a judicialização da votação para a escolha da nova diretoria do clube. Assim que fecharmos o acordo nesta quinta-feira vamos encaminhar uma petição à Justiça explicando que a ação em curso, questionando a forma de votação, perdeu sentido. A judicialização não é boa para ninguém”, frisa.

O presidente do Conselho Deliberativo do Iate ressalta, ainda, que, caso a votação fosse presencial, seriam tomadas todas as medidas de segurança, com a montagem de um sistema de drive thru. Mas, agora, o foco está em realizar as eleições virtualmente, permitindo que os eleitos possam dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito no Iate.

Brasília, 18h34min

Vicente Nunes