ROSANA HESSEL
Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não ter anunciado oficialmente, fontes do novo governo são categóricas: o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad é o nome escolhido por Lula para chefiar a economia e, desde que chegou a Brasília junto com o líder petista, trabalha como se fosse o chefe da futura equipe econômica e reconhece que precisará melhorar a comunicação do grupo de trabalho da Economia.
Haddad começou a fazer conversas individuais com integrantes da equipe de transição e, de acordo com fontes próximas ao novo governo, um dos principais problemas reconhecidos pelo ex-ministro é a comunicação. Ele tem dito para pessoas próximas que será preciso um bom trabalho para conseguir convencer o mercado e a sociedade do tamanho do rombo fiscal proposto pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, protocolada, ontem. A PEC pretende autorizar o próximo presidente a gastar até R$ 198 bilhões fora do teto, durante quatro anos. A PEC já recebeu mais de 27 assinaturas e já começa a tramitar no Senado como PEC 32/2022.
Nas conversas individuais, integrantes da equipe de transição têm demonstrado que não gostariam de trabalhar diretamente com o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Vários técnicos da Esplanada dos Ministérios que estão sendo chamados condicionaram a ida ao fato de não ter Barbosa como chefe direto, devido ao grande númerode desafatos que ele conquistou quando esteve no poder. A sinalização que receberam de Haddad, por sua vez, é de que Barbosa deverá para a presidência de algum banco público, provavelmente, o Banco do Brasil.
De acordo com Julio Hegedus, econolmista-chefe da Mirae Asset, a certeza no mercado é de que Fernando Haddad será mesmo o ministro da Fazend e a torcida é de que ele escolha bons nomes para as áreas técnicas. Ele lembrou que as apostas são de que Gabriel Galípolo, pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), vá para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), vá para a secretaria de Política Econômica; e Felipe Salto, secretário da Fazenda de São Paulo, vá para o Tesouro Nacional.