HACKERS INVADEM SITE DA ANATEL E VAZAM DADOS SIGILOSOS

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BRENO FORTES
HAMILTON FERRARI

O site da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi invadido por hackers na última sexta-feira e os dados pessoais do presidente do órgão, João Rezende, foram divulgados em sites da internet. O Anonymous Brasil assumiu o ato e deixou uma carta na qual faz ameaças e exige melhorias nos serviços das operadoras de telecomunicações e da agência. Foi uma ação contra a possibilidade de a Anatel favorecer as operadoras e acabar com o sistema de internet ilimitada.

 

A agência confirmou que seu site teve uma grave invasão na semana passada e que, desde então, há instabilidade no sistema. Os ataques continuam, mas a conexão já está restabelecida. As informações pessoais de Rezende, como CPF, endereço, nome dos pais e telefones estão espalhadas por toda a rede. A Agência disse que esses dados foram furtados em outra invasão, em 2012.

 

“A série de ataques coordenados procura falhas no sistema e tenta derrubar o site. O objetivo é sobrecarregar o servidor e deixá-lo fora do ar”, disse o advogado e especialista em direito digital Fernando Peres. “Se o hacker conseguir se transformar em um usuário com o controle de acesso ao site é possível que consiga alcançar o banco de dados”, afirmou.

 

Sem brincadeira

 

Na carta deixada no site da agência, o Anonymous ressaltou que a invasão foi “uma pequena amostra do que pode fazer” e que tem informações do banco de dados da agência. “Por enquanto, vamos apenas expor parte dessas informações para mostrar que não estamos aqui de brincadeira”, ameaçou. O grupo de hackers criticou ainda as práticas adotadas pela Anatel e cobrou que o órgão defenda o consumidor e melhore os serviços e a infraestrutura das operadoras. “Pagamos caro por um serviço de péssima qualidade”, frisou.

 

Para Jônatas Lucena, advogado e especialista em crimes, a invasão de sites é ilícita, mesmo que seja com o intuito de fazer um protesto. “Em hipótese alguma, pode-se fazer isso. Ainda mais em um órgão federal”, afirmou. Segundo Fernando Peres, “não se pode protestar atacando, agredindo ou alterando sites. Isso causa danos técnicos e de imagem de uma empresa ou de uma organização. Há abaixo-assinados, comentários e grupos de discussões para isso. Não justifica essa atitude”, assinalou.

 

Brasília, 08h30min