Guedes teve uma reunião duríssima com representantes do Serpro nesta segunda-feira (09/12). Ele cobrou enfaticamente explicações para os erros que levaram os críticos a dizerem que o governo estava usando contabilidade criativa para inflacionar os dados de exportação e, por tabela, melhorar o saldo na balança comercial.
As correções ocorreram num momento de estresse do mercado, quando o dólar estava apontando para cima. Sem grandes explicações, para tentar acalmar os ânimos, o governo informou que os registros de exportações haviam subestimado valores. Entre outubro e novembro, foram “descobertos” mais de US$ 7 bilhões em exportações.
Dataprev
Em alto e bom som, o ministro da Economia disse que suspeitava de má-fé de pessoas do Serpro. Mas representantes da empresa apresentaram a Guedes documentos assegurando que as falhas foram técnicas, sem nenhuma intenção de prejudicar a imagem do governo.
Diante das explicações, o ministro baixou um pouco a guarda, mas orientou assessores a pisarem no acelerador da privatização do Serpro, que processa as principais informações do Executivo, inclusive todos os registros da Receita Federal. Toda Esplanada dos Ministérios sabe que o Serpro está sucateado por falta de investimentos.
Além do Serpro, o Ministério da Economia também pretende vender o controle da Dataprev, que processa da folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Técnicos da equipe econômica dizem que a defasagem tecnológica nas duas empresas é grande.
Resta saber se o Ministério da Economia realmente terá força para levar à frente o programa de privatização. Até agora, as corporações estão vencendo o debate. O governo já falou em arrecadar R$ 1 trilhão com a venda de estatais. Agora, as previsões mais otimistas falam em R$ 300 bilhões.
Brasília, 14h56min