Contudo, esses mesmos interlocutores reconhecem que, apesar de todo o aborrecimento, Guedes não entregará os pontos. “Quem conhece o ministro sabe o quanto ele está comprometido com os projetos de mudanças no país, a começar pela reforma da Previdência”, diz um amigo.
Guedes ficou surpreso com a organização da oposição durante seu depoimento na CCJ e assustado com a falta de ação da base do governo. Ele reconhece que errou em alguns momentos, ao aceitar as provocações. Mas não se arrepende de ter partido para o confronto com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que o agrediu com palavras de baixo calão ao chamá-o de “tigrão” e “tchutchuca”.
Bolsonaro
Quem conhece o ministro espera que a reação do governo, mais precisamente do presidente Jair Bolsonaro, seja contundente em defesa do ministro. “O Palácio do Planalto precisa mostrar, de forma enfática, que não deixará o ministro sozinho, entregue aos leões”, assinala um técnico da equipe econômica.
Entre os auxiliares do ministro da Economia, a determinação é para que a “guerra pela nova Previdência” seja levada adiante. A percepção é de que, neste momento, a oposição está na frente do debate, mas, se o governo conseguir agir rápido e montar uma base sólida, a reforma será aprovada dentro do cronograma previsto.
“Não há dúvidas de que, mais do que nunca, o futuro da reforma está nas mãos do governo. O ministro Paulo Guedes continuará fazendo o seu trabalho, não se furtará de voltar ao Congresso, quando convidado, mas, certamente, o Planalto terá que lhe dar suporte. Creio que a lição foi apreendida com toda a confusão na CCJ”, afirma um assessor de Guedes.
Brasília, 10h07min