ROSANA HESSEL
A rotina dos servidores do Ministério da Economia tem bastante semelhança com a de grandes empresas do setor privado, que costumam ter muitos executivos madrugadores. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e seus secretários começam a trabalhar bem cedo e, dependendo do dia, não têm hora para sair.
O chefe da equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro costuma chegar no gabinete do Bloco P da Esplanada dos Ministérios antes das 9h, depois da corrida matinal. Seus auxiliares contam que o status do telefone celular dele no WhatsApp costuma ficar online bem mais cedo que isso, por volta das 4h30 da manhã. Logo, os secretários acabam entrando no mesmo ritmo para avançar a agenda de medidas que serão apresentadas após a aprovação da reforma da Previdência.
O secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, por exemplo, chega ao gabinete sempre por volta das 7h. Quem se atrasa para uma reunião paga multa, que vai para uma caixinha. O dinheiro arrecadado é usado depois na confraternização da equipe do fundador da Localiza quando algum objetivo é alcançado. Aliás, a agenda de privatizações de Mattar é bastante aguardada pelo mercado e a expectativa é que ela finalmente seja divulgada após a aprovação da reforma previdenciária. Por enquanto, sabe-se que Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Embrapa são exemplos de empresas que não estarão na lista das desestatizações. Correios e Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) devem entrar na lista ainda neste ano.