Guedes ataca Maílson, chama Pastore de velho e diz que Meirelles deu aumentos a servidores

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Com a credibilidade no chão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, partiu para cima de seus críticos neste domingo (24/12). Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no qual se dependurou para ficar no cargo, disse que todos os que o atacam têm passado comprometedor.

Em relação ao ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, que o classificou como fura-teto, Guedes afirmou que o desafeto foi responsável pela disparada da inflação quando esteve no governo de José Sarney. “Ele levou o Brasil para a inflação de 5.000% com a política de feijão com arroz dele”, frisou

Quanto ao economista Afonso Pastore, que presidiu o Banco Central, o ministro da Economia ressaltou que o crítico deveria “ficar quieto e ter uma velhice digna”. Pastore tem afirmado que, ao desrespeitar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil, programa eleitoreiro de Bolsonaro, Guedes está jogando todo o peso de controlar a inflação para o Banco Central.

“Pastore é um bom amigo, tem passado razoável. Ele não está entendendo o que estamos fazendo. Ele serviu a um governo militar. Bolsonaro é um presidente democraticamente eleito. Pastore, que trabalhou para o (presidente) Figueiredo, fez política errada, não fez nada, e está me criticando. Tinha de ficar quieto e ter velhice digna”, enfatizou.

“Maria vai com as outras”

Guedes também partiu para cima de Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central no governo Lula e ministro da Fazenda na administração de Michel Temer. Segundo Guedes, Meirelles “deu três aumentos para o funcionalismo público”, deixando um deles autorizado para ser dado no governo de Bolsonaro.

Meirelles, que é atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, foi o criador do teto de gastos que, agora, Guedes vai furar sem o menor constrangimento para tentar ajudar na reeleição de Bolsonaro. “Ele botou o teto e saiu correndo, não fez a reforma da Previdência”, assinalou o ministro.

Guedes insinuou ainda que Meirelles é “maria vai com as outras”. “Trabalha em qualquer partido, a qualquer hora”, disse. O teto de gastos instituído por Meirelles em 2016 tem como objetivo conter o aumento descontrolado das despesas do governo ao limitar seu crescimento à inflação.

Brasília, 19h41min

Vicente Nunes