Pelos cálculos do economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, o IPCA de junho atingiu 1,35%, mais do que triplicando em relação a maio, quando o indicador cravou alta de 0,40%. Ele ressalta que, com esse resultado, a inflação do ano ficará mais próxima do centro da meta, de 4,50%. Segundo Padovani, a perspectiva é de que o IPCA encerre 2018 em 4,2%
Na avaliação de Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, o IPCA de junho será de 1,29%, refletindo o máximo efeito da paralisação dos transportadores de cargas. No acumulado de 12 meses, o índice deve passar de 2,85% para 4,42%. Segundo ela, o principal grupo a sofrer com a crise de desabastecimento foi o de Alimentação e Bebidas, com pressão advinda de itens in natura e proteínas (especialmente, leite e aves). Já o grupo Transportes registrou a subida dos preços dos combustíveis e, no grupo Habitação, o impacto maior veio da energia elétrica.
Para Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas Asset, o IPCA de junho ficou em 1,23%, devido à forte alta dos preços dos alimentos e da mudança da bandeira nas contas de luz, de amarelo para vermelho. Ele acredita que, apesar de muito elevada, a inflação não deverá provocar tanta comoção, pois já está precificada pelo mercado. Ele aposta em uma taxa de 4% para o acumulado do ano. E ressalta que, com o dólar até R$ 4,25, a inflação de 2019 continuará abaixo da meta central, de 4,25%.
Segundo Rafael Cardoso, economista-chefe da Daycoval Investimentos, a greve dos caminhoneiros e o aumento dos combustíveis e da energia elétrica levaram a inflação de junho para 1,16%. No entender dele, já na segunda quinzena de julho e ao longo do mês de agosto, será possível perceber a perda de força da carestia. A única ressalva está na conta de luz. Como os níveis dos reservatórios estão baixos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tenderá a manter a bandeira vermelha nas tarifas.
Brasília, 14h50min