Greve abre guerra entre servidores do Itamaraty

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A paralisação dos servidores do Itamaraty, que está entrando na quinta semana, abriu uma guerra dentro do órgão. Vários funcionários que aderiram ao movimento estão sendo afastados de suas funções, sobretudo nas representações no exterior.

Funções estratégicas, como as responsáveis pela gestão do orçamento e do caixa dos órgãos, estão, em alguns casos, sendo repassadas a terceirizados sem qualquer garantia de segurança. Os principais atingidos são os oficiais e os assistentes de chancelaria, já que há uma proteção entre os diplomatas.

O Consulado do  Brasil em Atlanta, nos Estados Unidos, foi um dos primeiros a destituir os grevistas de suas funções. A chefia do órgão alega que está protegida por instruções normativas do Tribunal de Contas da União (TCU) editadas em 2010.

A polêmica aumentou depois que o cônsul-geral do Brasil na Cidade do  Cabo, Carlos Alberto Asfora, divulgou uma nota nas redes sociais dizendo que a greve na representação se restringe à oficial de chancelaria Mariana Ximenez. Ela havia dito que o órgão está com sua atuação prejudicada.

Asfora, que é ministro de segunda classe, chama, usando a linguagem da diplomacia, Mariana de mentirosa. As palavras deles botaram mais lenha na fogueira e mostram que uma solução para a greve está longe do fim. Os servidores do Itamaraty querem, além de reajuste nos salários, a reestruturação das carreiras, o que o governo se recusa a aceitar.

Brasília, 20h31min

Vicente Nunes