Técnicos da equipe econômica acenderam o sinal de alerta diante da onda de prejuízos que se espalhou pelo mundo hoje, depois do tombo de 8,49% na Bolsa de Xangai. Há o temor de que uma nova crise global, agora puxada por um possível pouso forçado da segunda economia do planeta, possa aprofundar ainda mais o processo recessivo do Brasil.
O clima dentro do governo é péssimo. Todos já dão como perdidos os dois primeiros anos do segundo mandato de Dilma Rousseff. A ordem, porém, não é assumir isso publicamente, apesar das fortes evidências. Ninguém descarta, por exemplo, a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano cair mais que 3% em caso de agravamento da crise global.
Diante do clima de pânico, o governo tratou hoje de criar um fato positivo. Anunciou a redução dos ministérios, de 39 para 29. Chamou a atenção, porém, o fato de não se ter nenhuma estimativa de economia com a medida, anunciada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Teme-se que seja mais um dos factóides do governo.
Na reunião do Conselho de Política hoje pela manhã, a presidente Dilma Rousseff, admitiu que a desconfiança prevalecerá. Por isso, pediu pressa ao Planejamento para que mostre que, desta vez, o governo não está mentindo. Dado o histórico de Dilma, é difícil acreditar em qualquer coisa que venha do Palácio do Planalto.
Brasília, 12h50min