ROSANA HESSEL
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (19/09) nas redes sociais que o descontingenciamento que deverá ser anunciado amanhã será de R$ 8,3 bilhões, para a Educação e demais ministérios. “Desde o início, nosso governo preza pela responsabilidade com as contas públicas. Com muito sacrifício, estamos criando condições para manter os investimentos”, escreveu o chefe do Executivo. Contudo, fontes próximas à equipe econômica informaram ao Blog que a liberação de recursos será maior, de R$ 12,5 bilhões, porque a receita com tributos e dividendos está vindo acima das expectativas.
Atualmente, R$ 34 bilhões do Orçamento deste ano estão contingenciados. Essa medida fez com que bolsas de estudo fossem cortadas. E, devido a esse bloqueio de gasto, a rotina na Esplanada mudou nos últimos meses. Vários prédios públicos apagam encerram os trabalhos às 18h e dificultam o acesso de pessoas após esse horário para evitar gasto com energia.
No Ministério da Economia, por exemplo, até o cafezinho foi cortado. Diante disso, funcionários da pasta contam que chegaram a fazer uma vaquinha para comprar uma cafeteira e, assim, não deixarem de tomar a tradicional bebida do brasileiro durante o expediente. Já o Ministério da Educação anunciou o corte de 5,6 mil bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir deste mês. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve reunido com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (19/09) para negociar o desbloqueio de gastos.
A equipe econômica deverá apresentar os dados desse descontingenciamento na tarde de amanhã durante a divulgação do relatório bimestral de avaliação fiscal. A Receita Federal ainda não divulgou o resultado da arrecadação. A expectativa é que os números devem ser apresentados na próxima semana, mas, pelas previsões de analistas, o crescimento deverá ser de quase 6% na coleta de tributos no mês de agosto.