De acordo com o Tesouro, o dado foi melhor do que o esperado. “O resultado foi significativamente superior à mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Economia, que indicava um deficit de R$ 48,7 bilhões”, informou o órgão subordinado à Economia. Em 2020, o rombo das contas públicas foi de R$ 126,6 bilhões.
Para esse saldo negativo no mês passado, a receita líquida apresentou crescimento real de 93,4% em maio na comparação com o mesmo período do ano passado, somando R$ 112,9 bilhões, de acordo com os dados da pasta. Enquanto isso, as despesas tiveram redução 31,4%, na mesma base de comparação, para R$ 133,8 bilhões.
Os resultados das contas do Tesouro Nacional e do Banco Central foram superavitários em R$ 6,5 bilhões, enquanto isso, a Previdência Social (RGPS) apresentou deficit de R$ 27,4 bilhões, de acordo com o relatório.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as contas públicas ficaram positivas em R$ 19,9 bilhões, revertendo o deficit primário de R$ 222,5 bilhões contabilizados de janeiro a maio do ano passado, que foi impulsionado com o aumento dos gastos públicos com medidas para conter os efeitos da pandemia, como o auxílio emergencial, que na primeira rodada tinha valor mensal de R$ 600 e chegava a R$ 1,2 mil para as famílias vulneráveis chefiadas por mulheres.
Até maio, o deficit da Previdência Social somou R$ 104,6 bilhões, enquanto Banco Central e Tesouro contabilizaram superavit primário de R$ 125,5 bilhões. Já o resultado primário do governo central em 12 meses até maio acumula ainda um deficit elevado, de R$ 535,7 bilhões, o equivalente a 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
De janeiro a maio, as receitas primárias apresentaram crescimento expressivo tanto na arrecadação administrada pela Receita Federal quanto nas não administradas, de acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. Ele destacou, por exemplo, o aumento de 333,5% na entrada de dividendos das estatais, que passaram de R$ 3,2 bilhões em 2020, para R$ 14 bilhões em 2021 e reconheceu que a inflação mais alta também vem ajudando nesses dados melhores em relação ao ano passado. “Estamos vendo uma recuperação disseminada da receitas primarias e vemos recuperação não apenas das receitas administradas de tributos e contribuições. A gente vê essa recuperação também nas receitas não administradas e também relacionadas à elevação do índice de preços”, afirmou.
Os dados do Tesouro mostram redução do deficit da Previdência Social no acumulado em 12 meses até maio, chegando a R$ 231,9 bilhões, R$ 65,1 bilhões a menos do que o registrado em maio de 2020. Enquanto isso, o rombo do sistema das aposentadorias de servidores (RPPS) e dos militares tem se apesentado levemente estável, em torno de R$ 97 bilhões. De acordo com Bittencourt, nos últimos meses, entretanto, os efeitos da pandemia tem impactado mais o deficit no RGPS, “devido à antecipação dos pagamentos do 13º dos aposentados pelo RGPS”.