Foi uma decisão difícil para o governo, devido ao desgaste político de ter que elevar a carga tributária com o país ainda se debatendo para sair da recessão. Pesou a pressão da equipe econômica, que alegou ser impossível mudar a meta fiscal deste ano, de deficit de até R$ 139 bilhões.
São muitas as queixas de empresários e investidores em relação à decisão do governo. O certo, dizem eles, seria ampliar o corte de gastos, uma vez que a máquina pública é inchada e perdulária. O melhor, segundo eles, seria ter evitado reajustes a servidores, que vão custar, entre 2016 e 2019, mais de R$ 100 bilhões.
Técnicos do governo explicam que o aumento de impostos terá pequeno impacto na inflação e no bolso dos consumidores, pois os preços dos combustíveis estão em queda. Em várias regiões do país, o litro da gasolina está sendo vendido abaixo de R$ 3 o litro.
Para a equipe econômica, o que importa neste momento é manter o discurso do compromisso com o ajuste fiscal. É grande a desconfiança do mercado em relação à capacidade do governo de cumprir a meta fiscal. Alguns dizem, inclusive, que nem com o aumento de impostos o governo conseguirá evitar o estouro da meta.